"Ninguém vai me dizer o que sentir..."
Já dizia Renato Russo em sua música Soul Parsifal.
Prestem atenção em como nos são ditados como nós devemos nos sentir em relação a cada coisa, sempre estão nos dizendo quando sentir, como sentir, onde sentir e o que sentir. Sempre gostei de questionar quando alguém me diz que devo agir de determinada forma. Existe aquela velha frase: O que vão pensar de mim? E muitas vezes as pessoas tomam decisões sempre baseadas nisso, esquecendo do que ela própria vai deixar passar em nome dessa frase, que nos cerca desde muito cedo.
Tudo começam quando dizem o que você deve fazer (assunto para a próxima semana rs) e como deve se comportar diante de cada situação, junto a elas começam a dizer o que você tem que sentir:
Seja feliz, seja madura(o), seja meiga(o), não demonstre sentimento, seja empática(o), entre muitas outras que ouvimos constantemente.
Por causa de todas essas regras, é bem difícil conhecer pessoas que conseguem sentir com tranquilidade, mas eu sou abençoada com a companhia de diversas delas 🙏dizem que atraímos pessoas como nós, ou como diz minha avó, nos aproximamos de pessoas de nossa marca rsrsrs.
Era mais um dia de trabalho, uma pessoa nova veio para minha equipe, logo minha chefe colocou-a comigo para mostrar a rotina de trabalho, em meio as explicações da rotina, duas geminianas falando sem parar sobre diversas coisas, em determinado momento, entramos em um assunto que mexe em nossos corações, e advinha, estávamos as duas chorando. Eu sempre choro quando sinto vontade, choro de alegria, choro de tristeza, choro de reflexão, na rua, na chuva, na fazenda rsrs em qualquer lugar, então, nesse dia encontrei alguém que fazia o mesmo, veja que maravilhoso, essa amizade foi amor a primeira chorada rsrs
Graças a minha alma rebelde rs eu sempre pensei que ninguém pode me dizer o que devo sentir, porque muitas vezes nem eu mesma sei o que estou sentindo em relação a determinada situação: para saber o que sentir, precisamos de muito autoconhecimento. Quando você não se conhece, não se escuta, você acaba escutando os outros.
Mas como ir contra essa maré?
Como disse acima, sou abençoada com pessoas que sentem, uma dessas é a minha maravilhosa amiga de desenvolvimento pessoal, que me convidou pra fazer um curso no CVV (Centro de Valorização a Vida) e das diversas coisas que aprendemos lá, eles falavam sobre o sentir, diziam que quando uma pessoa passa por determinada situação, automaticamente já nos colocamos no lugar dela de acordo com nossa vivencia e o que sentiríamos na situação dela, exemplo:
Quando uma pessoa perde o emprego, automaticamente já lamentamos e já dizemos: Logo você encontra outro, mas em nenhum momento perguntamos a pessoa: Como você se sente em relação a isso? Às vezes ela pode estar muito feliz, porque não gostava do que estava fazendo ou não quer encontrar outro emprego agora, assim pode ser em qualquer outra situação.
Quando vimos essa outra visão da empatia, fiquei encantada, porque geralmente achamos que, o que sentimos ou deveríamos sentir é o padrão, é o correto.
Temos que observar se nós também não ditamos as outras pessoas como elas devem sentir, não fazemos isso por mal, mas sempre nos colocando como se todos fossemos iguais, somos seres da mesma espécie, mas complexos e cheios de particularidades. Na verdade, não somo iguais, somos semelhantes 😉
Então, sempre que alguém tentar te dizer o que você deve sentir, pare, pergunte a você, é isso que sinto? Quem te conhece melhor, você que se ouve e se vê como ninguém jamais vai poder fazer ou o outro que te ama, quer seu bem, mas não sabe do seu todo?
Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
(Manuel Bandeira)